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7/25/2014

Editorial

No próximo sábado sai a versão impressa do Argumento. Abaixo, no Editorial, um pouco do que vai ser notícia no Argumento.
Editorial. Perdemos a Copa. O caos se inverteu. Em vez de apagões nos aeroportos, estádios inacabados, assaltos, manifestações e tudo mais de ruim que a mídia pregou para fora das quatro linhas, o caos se instalou foi no gramado, onde tínhamos boas notícias e esperanças. O governo fez o seu papel, foi uma das Copas mais bem organizadas da história, afirmam os especialistas. Mas, por outro lado, foi a derrota mais humilhante que já sofremos. Saímos da final com uma goleada jamais vista por aqui e na história das semi-finais de um Mundial: Alemanha fez sete contra um nosso. E para piorar a final ficou entre os alemães e os argentinos. Como torcer?
Então é bola pra frente, isto é, arrematar o jornal, matar no peito as notícias e tentar fazer uns gols para os nossos leitores.
Uma notícia que é um golaço é a instalação do Samu (parceria governo federal, estadual e municipal) em nossa cidade, com ele temos mais um aliado na saúde, principalmente em uma situação de emergência. E por falar em saúde, trouxemos uma ótima entrevista com o Secretário da Santa Casa, o Carlinhos, página 04.
Outro gol fora do gramado foi marcado pela Lima Santos, o Jorge Alves fez um facebook para a nossa banda centenária. Agora ficou mais fácil acompanhar os trabalhos da Lima Santos e, claro, divulgá-los.
E se o leitor até agora não viu notícia com cara de gol, deixe então para o finalzinho do jornal, igual a um jogo cheio de emoções (ou poucas), pois lá, nos últimos minutos da página seis, temos uma crônica, que pode ser então o gol decisivo para tirar o leitor que estava no zero a zero com tudo que falamos até agora. Na página seis, trouxemos uma crônica para ser lida, de tão bonita, em câmera lenta. Outra crônica que poderá decidir a favor do jornal está na página 02, o médico e escritor Drauzio Varella reflete sobre a morte diante de um caso presenciado.
Leitor, aproveite o nosso Argumento e vamos tirar de letra esta derrota. E se rir é o melhor remédio, fique com esta: já está circulando na internet que vai ter Globo Repórter para falar do Fred. Na voz de Sérgio Chapelin vamos saber quem é este cara, de onde ele veio e o que ele faz.

7/24/2014

Entrevista

Não perca esta entrevista. O Argumento entrevistou o Secretário da Santa Casa, o Carlinhos. No decorrer da semana, vamos publicando partes da entrevista, trazendo na edição impressa tudo que foi conversado sobre a nossa Santa Casa.
Em matéria de saúde, o ditado que diz que o melhor remédio é a prevenção pode ser usado também em matéria de jornal. Notícia com segurança é tudo. Checar a fonte de uma informação é o primeiro cuidado. Uma boa notícia não vem, por exemplo, nas palavras de “um morador” ou “um funcionário”. Uma boa notícia tem nome, rosto e CPF.
E já que o assunto é saúde e informação com segurança, trouxemos uma entrevista com o atual Secretário da Santa Casa, o Carlinhos. Desde já os nossos agradecimentos ao Carlinhos, um riopretano com nome, rosto, CPF e, sobretudo, vontade de melhorar a nossa cidade. Abaixo, veja algumas informações passadas pelo Secretário. 
- Nossa receita mensal gira em torno de R$15.00,00;
- Atendemos cerca de 1.000 ( mil pessoas por mês);
- A tabela SUS não é reajustada há mais de 5 ( cinco) anos;
-  A Santa Casa não recebe por consulta prestada;
- Os medicamentos utilizados pelos pacientes são pagos por ela;
- As refeições servidas aos pacientes e acompanhantes também são pagas por ela.
- Contamos hoje com 90 Irmãos que contribuem com valores de R$25,00 e R$40,00/mês.

7/22/2014

O Manacá do jardim de minha avó.

Virginia Almeida Ferreira.
O Manacá do jardim de minha avó. 
A casa ficava na rua principal da cidade. Era um tipo de sobrado possuindo um sótão que constituía um mistério para os netos, que lá não podiam subir.   O  casarão em  forma de um L, possuía  no centro da construção um jardim.  Por meio daqueles caminhos de canteiros tão bem cuidados, vivi toda a minha infância.  Eram tantas flores: roseiras, chuveirinho, boca de leão, brinco de princesa, bambuzinho, dálias, miosótis, margaridas e muitas outras, que enfeitavam os olhos de minha infância. Mas, nenhuma delas me chamava tanto a atenção como os manacás de cheiro. Muitos pés foram plantados ali pelo velho jardineiro, que cuidava carinhosamente do jardim.  Imponentes e cheirosos os pés de manacás, com suas flores branco-roxa-azulada, possuíam com certeza, alguma delicadeza que tocava meu coração.  O perfume de suas flores era tão agradável que ficou preso ás recordações que tive de minha vida de criança, naquele jardim.  O cheiro adocicado de suas flores no fim da tarde atraia centenas de borboletas que realizavam uma espécie de bailado em volta de seus galhos, dando mais beleza ainda às flores do pequeno manacá. Observava meu avô dando corda no velho relógio, enquanto o som do piano de minha tia tocavando um La Comparcita, acompanhava o vôo dos beija-flores que apareciam por ali. Muitas vezes, ficava sentada à sombra do pé de manacá observando o balançar de seus galhos lotados de pequenas flores, que também atraiam lagartas pretas e amarelas, de apetite voraz que eram atacadas por pardais, fazendo uma espécie de seleção, natural tão importante para o equilíbrio da natureza. Mas, o que não sabia na época é que aquelas lagartas se fossem todas eliminadas, não se transformariam nas borboletas que faziam um bailado multicolorido em volta das flores do jardim. Lembro também que perdia muito tempo ali, gostava de tirar folhas do pé, só para sentir a textura em minhas mãos... Coisas dos tempos de inocência. Às vezes tirava flores do pé para sentir de perto seu perfume e por vezes as colocava nos cabelos. Em alguma época do ano, via suas pequenas flores desaparecerem para surgirem em outro espaço de tempo. Aprendi que “as flores não são eternas”, elas desaparecem, - como a felicidade, os amigos e os amores. Hoje sinto saudades daquele jardim, onde aprendi na ingenuidade de ser criança, que possuir um jardim como aquele era de fato a essência de ser feliz, como se a felicidade fosse constituída apenas em ter flores e sentir o seu perfume.  Hoje sinto saudades de quando eu só tinha medo da noite, saudades de não desconfiar das pessoas, saudades do tempo em que podia andar descalça na grama molhada do jardim ou no cascalho do córrego que corta a cidade, outrora de águas limpas sentindo a sensação de liberdade, saudades do tempo em que nunca tinha sido magoada, saudades do balanço dos galhos floridos dos manacás de minha avó. O casarão da rua Dr. Esperidião com seu belo jardim não existe mais e os pés de manacá também partiram para um lugar incerto dando lugar a uma edificação.  Agora, toda vez que passo por ali, sinto o cheiro adocicado das flores do manacá que germinou em meu subconsciente e guardo na lembrança o cheiro da “casa de vó” que marcou para sempre minha vida de criança. 

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